Arranje espaço na mesa da sala. Ou na prateleira, como quiser (desde que aguente com o peso deste álbum). Afinal, nunca se fecham as portas de casa à família. Ainda para mais quando essa família é uma das mais importantes da história do cinema: os Corleone. Correcção: "The Godfather Family Album", livro que a Taschen publica agora em Portugal, é um álbum com imagens da família Coppola. "Os actores davam-se todos muito bem. O Francis [Coppola, o realizador] teve de lutar muito com os estúdios [a Paramount] para conseguir aquele elenco e havia ali um ambiente muito familiar, como se todos fizessem parte da família Coppola", conta ao i Steve Schapiro, o fotógrafo que se encarregou das imagens de promoção do filme e de uma foto-reportagem para a revista "Life". Uma família feliz, sem zangas ou discussões, acrescenta Schapiro. Pelo menos entre os actores, mas entre a equipa técnica a autoridade do patriarca custou a sedimentar-se. "Durante as filmagens, houve dias em que vi Coppola incapaz de captar o respeito ou até a atenção dos seus assistentes", escreve o fotógrafo na introdução do livro. "Não era tão respeitado como deveria ser. Mas apenas no primeiro ''Padrinho'', porque no segundo, depois do Óscar de Melhor Filme, já tinha todo o respeito do mundo", rectifica Schapiro na entrevista que deu, por telefone, ao i.
"The Godfather Family Album" é uma compilação de 400 imagens da trilogia "O Padrinho" (ou "O Poderoso Chefão", para os brasileiros). Tem fotografias icónicas, que, provavelmente, já terá visto muitas vezes, como de Don Vito Corleone com o gato ao colo - "Havia muitos gatos no estúdio e Coppola, antes de começar a gravar, pegou num, deu-o a Marlon Brando e disse-lhe para improvisar", explica Schapiro -, e momentos de bastidores, nos intervalos das filmagens, como a festa de despedida em que a equipa ofereceu uma bateria a Brando ou Coppola com a filha Sofia ao colo (que 30 anos depois também ganharia um Óscar pelo filme "O Amor é um Lugar Estranho").
Steve Schapiro, apesar dos 35 anos que tinha na altura, já tinha fotografado algumas das figuras mais marcantes da história contemporânea dos Estados Unidos. As reportagens com Muhammad Ali, Robert Kennedy, Andy Warhol, os Rolling Stones ou no quarto onde Martin Luther King dormiu antes de ser assassinado foram alguns trabalhos que lhe haviam dado estatuto na revista "Life". Começara também a colaborar com a Paramount e foi na dupla missão de foto-jornalista e fotógrafo oficial que teve acesso aos bastidores de "O Padrinho": "Consegui garantir que o artigo sobre o filme seria capa, o que era raro porque nem o Frank Sinatra tinha capas garantidas. Acho que a ''Life'' acreditava mais no filme do que a própria Paramount, que nunca pensou ter nas mãos um clássico, quando muito uma história de gangsters classe B. Foi por isso que contrataram o Francis, devido às suas origens italianas e porque acharam que cumpriria o baixo orçamento sem levantar problemas." Quando lhe perguntamos pela melhor fotografia entre as milhares que tirou ao elenco da trilogia, nem vacila: "Quase toda a gente em todo o mundo já viu a imagem de Marlon Brando com o gato. Foi reproduzida em imensas publicações e simboliza o filme. O fotógrafo de cena é das funções a que se dá menos importância, mas a minha missão era conseguir um grande plano e, com sorte, uma imagem icónica." Missão cumprida. Fonte: Jornal i.
~ 2 comentários: ~
at: 07 setembro, 2010 23:28 disse...
Ah, esse padrinho. Por momentos pensei... nada, deixa.
at: 08 setembro, 2010 00:38 disse...
Many of the outstanding work and feel a firm sense of great
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