12/02/11

Gérard Castello-Lopes, 1925-2011



Imagem: Gérard Castello-Lopes, auto-retrato, Vittel, 2004

Morreu hoje em Paris um dos maiores fotógrafos de sempre portugueses, Gérard Castello-Lopes, vítima de doença prolongada. Tinha 85 anos e vivia em Paris. De acordo com fonte da família, citada pela agência Lusa, ainda não está decidido se o fotógrafo será sepultado em França.

Nasceu em Vichy, em 1925. Viveu em Lisboa, Cascais, Estrasburgo, onde fez parte do Corpo Diplomático da Missão Permanente de Portugal junto do Conselho da Europa. Mais tarde, fixou residência em Paris.

Licenciado em Economia pelo I.S.C.E.F. de Lisboa. Profissional de cinema, fotógrafo e crítico. Gerente de uma sociedade no campo do audiovisual. Dedica-se à fotografia a partir de 1956. Assistente de realização do filme português "Os Pássaros de Asas Cortadas" (1962) e de encenação de duas óperas realizadas pelo Grupo Experimental de Ópera de Câmara, subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Membro fundador do Centro Português de Cinema. Co-autor e assistente de produção e realização, juntamente com Fernando Lopes e Nuno de Bragança, da curta-metragem "Nacionalidade: Português" (1970). Presidente do Júri do Instituto Português de Cinema durante o período de 1991 a 1993. Membro do Conselho Consultivo da Culturgest. A sua "formação" como fotógrafo foi a de um autodidacta. Como quase todos os outros fotógrafos dessa época, a sua aprendizagem não foi escolar (não havia cursos de fotografia) e baseou-se por um lado, numa natural pulsão de representar a realidade, por outro, num intenso interesse pelas outras artes plásticas ou representacionais, como a pintura, a escultura, o cinema e a própria fotografia. O método consistiu em aprender os fundamentos técnicos da fotografia - o que se aprende facilmente nos livros -, definir uma orientação sobre o "objecto" preferencial da sua actividade fotográfica (tomando Henri Cartier-Bresson como paradigma), e cotejar continuamente o resultado do que ia produzindo com o "corpus" fotográfico que lhe era facultado pelas revistas e livros estrangeiros da especialidade, na ausência ou na ignorância dum "corpus" equivalente português.



~ 4 comentários: ~

the dear Zé says:
at: 12 fevereiro, 2011 20:18 disse...

conheci este senhor aqui há uns, anos quando da sua retrospectiva no CCB, muito simpático e de uma cortesia que já não se usa. um cavalheiro. e um grande fotografo.
o país ficou mais pobre.

Victor Gil says:
at: 12 fevereiro, 2011 22:22 disse...

Olá amigo.
Até à cerca de um ano atrás, trabalhei na Fundação Gulbenkian. Em 1996, fazia parte dos quadros do seu Museu. Indirectamente colaborei da montagem da exposição de Castello Lopes, “Simulacro e Trompe l’Oeil”. Tenho o catálogo da exposição em casa. Uma exposição fabulosa para quem gosta de fotografia. Conheci passageiramente este senhor da fotografia durante a montagem da dita exposição e como diz "the dear Zé" no seu comentário, era uma pessoa de bom trato e simpática. Fica a obra, mas fica também o artista nas nossas imagens.
Um abraço
Victor Gil

mfc says:
at: 13 fevereiro, 2011 14:35 disse...

Segui algumas reportagens suas na RTP.
As minhas homenagens.

Nuno Sousa says:
at: 15 fevereiro, 2011 18:23 disse...

como aqui já foi dito, um grande fotógrafo e um grande senhor.

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