Para muitos de nós (ou só alguns) esta é uma época de férias e para quem está a pensar atravessar o Atlântico e descansar alguns dias no Brasil, poderá passar por Curitiba e visitar a exposição “Brasil, além Brasil”, que está patente no Museu Oscar Niemeyer, até ao dia 7 de Fevereiro de 2010, do fotógrafo norte-americano Bernie DeChant que faz das suas fotografias obras de arte, com títulos sugestivos. Nalgumas narra factos, que estão à disposição de todos, mas que só o olhar atento do fotógrafo consegue destacar. Noutras, cria imagens que parecem cenas em quadros pintados, com plástica de fotografia de cinema. Faz poesia sem utilizar uma só palavra.
Desde os 9 anos, impressionado pela obra de Oscar Niemeyer, na criação de Brasília, sobre a qual dizia “essa é a cidade do futuro”, o fotógrafo traduziu a modernidade do arquitecto brasileiro nas obras “Desembaraço” e “Alinhamento”. Na primeira, mostra a fachada de um dos prédios da capital federal reflectida no espelho de água, a formar a mesma concepção quadriculada da fachada. Em “Alinhamento” utiliza recurso semelhante para mostrar um novo ângulo de outra fachada de um prédio, assim como na obra “Centro”, que destaca o quadrado perfeito do cruzamento de uma avenida da Califórnia, vista do alto.
Exactamente a temática que inspira e serve como um dos focos da obra do fotógrafo: as cidades do mundo, suas formas, corem, ritmos e, especialmente, a geometria apanhada em recortes urbanos. Não importa em que país esteja, Bernie encontra, nas cidades do mundo, similaridades e complementos. Nas suas cenas reúne a arte, a arquitectura e o design. Entre as imagens incluídas nesta exposição está, por exemplo, a promessa futurista de Brasília em contraste com a Tóquio colorida, moderna, universal e cosmopolita; a China milenar e o exótico Marrocos; e a Lisboa de prédios altos. Como num “raio x” dos lugares por onde passa, nas suas viagens pelo mundo, o olhar de fotógrafo estrangeiro registra o ambiente, os costumes e a rotina das cidades.
Os contrastes e as semelhanças estéticas na arquitectura é um dos três núcleos que divide a exposição. As formas abstractas e as formas humanas conceituam os outros dois segmentos nos quais DeChant trabalha nesta exposição. Atento ao Brasil, o fotógrafo traduziu a favela carioca da Rocinha na sugestiva obra “Ninho de Dados”, a grande obra abstracta da mostra. “Ninho de Dados” nada mais é do que um emaranhado encontro de fios na cabeceira de um poste da Rocinha. A favela também ganha destaque em “Craca de Rochedos”, em diálogo com “Blocos Construtivos”, foto do Pelourinho (Salvador), nas quais o fotógrafo mostra as conjugadas construções pelos morros, parecendo formar um único grande bloco.
Para quem não pode ir ao Brasil, como eu, podem sempre visitar o sítio de Bernie DeChant Aqui.
~ 5 comentários: ~
at: 28 junho, 2009 09:47 disse...
Imagem cheia de grafismos, que fala por si!
Abraço
at: 28 junho, 2009 15:38 disse...
Muito obrigada por estas informações que vais dando por aqui.
São muito úteis.
at: 28 junho, 2009 15:38 disse...
E obrigada também pelas tuas visitas.
at: 28 junho, 2009 17:19 disse...
Bem estruturado, com artigos bem escritos e informação selectiva, o seu "Disto e Daquilo" é um espaco que visito regularmente com agrado.
Parabéns.
Boa semana.
Abraço.
at: 29 junho, 2009 01:37 disse...
Cá está ele, o grande divulgador... és o maior. Continua.
~ Enviar um comentário ~