Imagem: (c) Samuel Aranda/AFP
O grande vencedor da edição deste ano do World Press Photo foi a Primavera Árabe. A fotografia é do espanhol Samuel Aranda e foi tirada em Outubro dentro de uma mesquita, que serviu de hospital durante os conflitos entre a polícia e os opositores ao regime do Iémen.
"É uma fotografia que fala em nome de toda uma região. Representa o Iémen, o Egipto, a Tunísia, a Líbia, a Síria, por tudo o que aconteceu na Primavera Árabe. Mas mostra um lado privado, íntimo, do que se passou. E mostra o papel que as mulheres tiveram, não apenas como prestadoras de cuidados, mas como pessoas activas no movimento", escreveu em comunicado Koyo Kouoh, um dos elementos do júri do grande prémio de fotografia.
A imagem de uma mulher, cuja expressão facial está escondida atrás de uma burqa, a segurar nos braços um familiar ferido, conquistou o júri do World Press Photo, que não precisou de caras para perceber o drama da situação. Sentados no chão, encostados à parede, é a linguagem corporal que dá expressão à imagem. A fotografia ficou ainda em primeira lugar na categoria de "People in the news", valendo ao fotógrafo o prémio no valor de 13 mil dólares (cerca de 10 mil euros).
A fotografia foi tirada a 15 de Outubro, quando o espanhol Samuel Aranda estava no Iémen em trabalho para o New York Times. Foi uma das suas primeiras imagens, durante uma estadia de mais de dois meses naquele país. “Quando olhei, em casa, para a fotografia no ecrã pensei: Wow”, disse ao New York Times o fotógrafo de 32 anos, nascido em Espanha mas a viver na Tunísia, “A mulher não está apenas a chorar. Foi mais do que isso. Tu consegues sentir que aquela mulher é realmente forte”, alegou. Quando em Outubro chegou ao Iémen, ninguém soube a sua verdadeira identidade. Durante semanas, Samuel Aranda permaneceu no anonimato e as suas fotografias que eram publicadas no jornal nova-iorquino não eram assinadas, de forma a manter a sua segurança. Não era a primeira vez que trabalhava no Médio Oriente, mas era a primeira vez que viajava para o Iémen, onde estavam a acontecer confrontos violentos. “Eu estava à espera que o Iémen fosse como o Iraque ou o Paquistão e o Afeganistão, onde não se pode sair à noite e a maior parte das pessoas não gosta de estrangeiros.
"É uma fotografia que fala em nome de toda uma região. Representa o Iémen, o Egipto, a Tunísia, a Líbia, a Síria, por tudo o que aconteceu na Primavera Árabe. Mas mostra um lado privado, íntimo, do que se passou. E mostra o papel que as mulheres tiveram, não apenas como prestadoras de cuidados, mas como pessoas activas no movimento", escreveu em comunicado Koyo Kouoh, um dos elementos do júri do grande prémio de fotografia.
A imagem de uma mulher, cuja expressão facial está escondida atrás de uma burqa, a segurar nos braços um familiar ferido, conquistou o júri do World Press Photo, que não precisou de caras para perceber o drama da situação. Sentados no chão, encostados à parede, é a linguagem corporal que dá expressão à imagem. A fotografia ficou ainda em primeira lugar na categoria de "People in the news", valendo ao fotógrafo o prémio no valor de 13 mil dólares (cerca de 10 mil euros).
A fotografia foi tirada a 15 de Outubro, quando o espanhol Samuel Aranda estava no Iémen em trabalho para o New York Times. Foi uma das suas primeiras imagens, durante uma estadia de mais de dois meses naquele país. “Quando olhei, em casa, para a fotografia no ecrã pensei: Wow”, disse ao New York Times o fotógrafo de 32 anos, nascido em Espanha mas a viver na Tunísia, “A mulher não está apenas a chorar. Foi mais do que isso. Tu consegues sentir que aquela mulher é realmente forte”, alegou. Quando em Outubro chegou ao Iémen, ninguém soube a sua verdadeira identidade. Durante semanas, Samuel Aranda permaneceu no anonimato e as suas fotografias que eram publicadas no jornal nova-iorquino não eram assinadas, de forma a manter a sua segurança. Não era a primeira vez que trabalhava no Médio Oriente, mas era a primeira vez que viajava para o Iémen, onde estavam a acontecer confrontos violentos. “Eu estava à espera que o Iémen fosse como o Iraque ou o Paquistão e o Afeganistão, onde não se pode sair à noite e a maior parte das pessoas não gosta de estrangeiros.
Lá era o oposto. Eles adoram estrangeiros”, contou na altura ao New York
Times, lembrando que assim conseguiu circular no país sem grandes
problemas. Aranda foi ainda o primeiro fotógrafo ocidental a conseguir
entrar no Iémen e a registar os acontecimentos, contando com a ajuda dos
jornalistas locais, dos quais destaca o fotógrafo da Reuters Mohamed
Al-Sayaghi.
“Raramente vemos mulheres com véus desta forma nos meios de comunicação ocidentais, num momento tão íntimo. É como se todos os eventos da Primavera Árabe culminassem neste momento único, num momento como este”, disse em comunicado Nina Berman, membro do júri, composto por 18 elementos e presidido pelo britânico Aidan Sullivan, vice-presidente da Getty Images. Da imagem vencedora Sullivan destaca o momento tocante e de compaixão. “Talvez nunca saibamos quem é esta mulher, que segura um familiar ferido, mas juntos tornaram-se na imagem viva da coragem dos cidadãos comuns que ajudaram a criar um importante capitulo na história do Médio Oriente.”
Os confrontos no Médio Oriente foram um dos principais temas da edição deste ano do World Press Photo, tendo-se destacado também o fotógrafo russo, Yuri Kozyrev, com uma fotografia dos rebeldes líbios, na categoria de “Spot News Singles”.
Outro dos temas mais retratos foi o terramoto e o tsunami que aconteceu no Japão em Fevereiro, valendo ao japonês Koichiro Tezuka o primeiro lugar na vategoria de “Spot News Stories”. O fotógrafo da AFP Yasuyoshi Chiba, conseguiu alcançar o primeiro prémio na categoria "People in the News Singles", pelas suas imagens dos dias posteriores ao tsunami.
O World Press Photo 2011 premiou 57 fotógrafos, de 24 nacionalidades, em nove categorias diferentes. Submetidas a concurso foram 101254 fotografias, de 5247 fotógrafos, de 124 países diferentes.
A lista completa dos vencedores pode ser consultada aqui.
Fonte: Público.
“Raramente vemos mulheres com véus desta forma nos meios de comunicação ocidentais, num momento tão íntimo. É como se todos os eventos da Primavera Árabe culminassem neste momento único, num momento como este”, disse em comunicado Nina Berman, membro do júri, composto por 18 elementos e presidido pelo britânico Aidan Sullivan, vice-presidente da Getty Images. Da imagem vencedora Sullivan destaca o momento tocante e de compaixão. “Talvez nunca saibamos quem é esta mulher, que segura um familiar ferido, mas juntos tornaram-se na imagem viva da coragem dos cidadãos comuns que ajudaram a criar um importante capitulo na história do Médio Oriente.”
Os confrontos no Médio Oriente foram um dos principais temas da edição deste ano do World Press Photo, tendo-se destacado também o fotógrafo russo, Yuri Kozyrev, com uma fotografia dos rebeldes líbios, na categoria de “Spot News Singles”.
Outro dos temas mais retratos foi o terramoto e o tsunami que aconteceu no Japão em Fevereiro, valendo ao japonês Koichiro Tezuka o primeiro lugar na vategoria de “Spot News Stories”. O fotógrafo da AFP Yasuyoshi Chiba, conseguiu alcançar o primeiro prémio na categoria "People in the News Singles", pelas suas imagens dos dias posteriores ao tsunami.
O World Press Photo 2011 premiou 57 fotógrafos, de 24 nacionalidades, em nove categorias diferentes. Submetidas a concurso foram 101254 fotografias, de 5247 fotógrafos, de 124 países diferentes.
A lista completa dos vencedores pode ser consultada aqui.
Fonte: Público.
~ 4 comentários: ~
at: 10 fevereiro, 2012 17:09 disse...
O World Press Photo tem um destaque fenomenal. Excelente trabalho por parte do fotógrafo que conseguiu o 1º lugar. Não só pela foto mas também pela história que conta.
at: 10 fevereiro, 2012 17:15 disse...
Tocante, e mereciso prêmio.
Abraço!
at: 10 fevereiro, 2012 20:14 disse...
Una foto extraordinaria, mas propia de un posado en estudio que hecha en un lugar tan terrible como Yemen donde la mujer ocupa tan mísero puesto. Me recuerda una "Piedad". Es buenísima. saludos.
Agustín.
at: 13 fevereiro, 2012 09:44 disse...
Pessoalmente acho as fotos relativamente fracas para um prémio como este. A foto vencedora, embora possa ser real, parece-me encenada. Pouco me transmite ao contrário de outras semelhantes que já ganharam o WPP.
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