Gervasio Sánchez obteve hoje o Prémio Nacional de Fotografia de Espanha, pelo seu "contínuo compromisso com a fotografia como ferramenta de denúncia da violência" nos conflitos armados, a favor da justiça.
O júri do prémio realçou especialmente o trabalho do fotógrafo sobre as minas anti-pessoais.
O galardão, com uma dotação de 30.000 euros, concedido anualmente pelo Ministério da Cultura, reconhece o contributo de Sánchez para a fotografia de reportagem e a forma "como através dela se dignifica as vítimas fotografadas, com um olhar particular que enaltece os melhores valores do fotojornalismo".
"A primeira coisa que fiz ao recebê-lo foi recordar tantos companheiros meus, jornalistas, fotógrafos e operadores de câmara que perderam a vida em zonas de conflito", declarou Sánchez à agência Efe.
Gervasio Sánchez (Córdova, 1959) trabalha habitualmente para o jornal Heraldo de Aragón e em Janeiro último conquistou o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha na categoria "Fotografia", com um instantâneo da sua colecção "Vidas minadas, 10 anos depois".
Especializado em conflitos armados, Sánchez cobriu, entre 1984 e 1992, a maioria dos que tiveram como cenário a América Latina e publicou os seus trabalhos no Heraldo de Aragón e no El País.
Em 1995, iniciou o seu projecto fotográfico "Vidas minadas" sobre o impacto das minas anti-pessoais nas populações dos países mais minados do mundo, entre os quais o Afeganistão, Angola e Camboja. Concluiu o trabalho em 1997 com um livro e uma exposição.
É ainda autor de álbuns fotográficos como "O Cerco de Sarajevo" (1994), "Kosovo, crónica da deportação" (1999) e "Meninos da guerra" (2000).
Em 2001, lançou "A Caravana da Morte. As vítimas de Pinochet" e em 2005 "Serra Leoa. Guerra e Paz".
Em 1998, ao celebrar-se o 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a UNESCO nomeou-o enviado especial. In, DN.
Imagem: Gervasio Sánchez, por Javier Cebollada/EFE
~ 3 comentários: ~
at: 06 novembro, 2009 21:16 disse...
O reconhecimento do trabalho do fotógrafo é muito justo e quem olha para o prémio deve dizer "olha para isto...".
Imagino o que será a vida dum reporter fotográfico em lugares como esses de tão grandes e horríveis conflitos, admiro e muito a coragem, o profissionalismo desses fotógrafos, no centro do horror que esses lugares devem passar a qualquer ser humano. Sobre tudo horror!...
E são eles que nos transmitem e registam os acontecimentos que de outra maneira nunca saberiamos.
Bom fim de semana
A Luz A Sombra
at: 06 novembro, 2009 23:54 disse...
PROFISSIONAIS como GERVASIO, aqui descrito por vós, comprometido com a verdade, e que registram a história direto do campo de acontecimentos de guerra, e que correm riscos para mostrar ao mundo a crueldade destes fatos, merecem todo o respeito e homenagens.
Parabéns Gervasio pelo trabalho.
Parabéns Ruimnm pela homenagem.
at: 07 novembro, 2009 06:10 disse...
Un genio de la fotografia, uno de los grandes, desde aqui solo me queda que felicitarlo.
Besos
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